Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro.
A música é uma forma de arte, que se constitui na combinação de vários sons e ritmos, seguindo uma pré-organização ao longo do tempo.
É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua principal função.
E foi essa arte que conquistou o músico e professor Roberto Albuquerque Aranha Borges, de 40 anos. Ele começou a estudar música em 1997 e se formou no ano de 2000. Participa da A TAPA – Orquestra de Pandeiros e Tonéis, com o apoio da Contemporânea (marca de instrumentos musicais).
Roberto, se formou na Escola Estadual Deputado Manoel Novaes, lá através dos seus professores como por exemplo, Sergio Souto, Aderbal Duarte, aprendeu o valor que a música tem na vida do ser humano. Então decidiu em ensinar música, e foi assim que ele conheceu a Organização Vida Brasil, que trabalhou durante um tempo no Projeto Buscapé, onde lidava com crianças de risco social, e o projeto trazia a arte como educação, e através do instrumento musical e com a percussão Roberto conseguia deter a atenção e disciplinar os alunos.
Com a “A TAPA”, ele e Luciano Pinto, um dos percursores da orquestra de pandeiro, desenvolveram um método chamado “Quatro Sons”, que tem como objetivo, ensinar de maneira terapêutica crianças com déficit de atenção e problemas disciplinares em sala de aula.
“Eu percebi que as crianças se interessavam muito pelo pandeiro, despertava muita curiosidade, uma certa hipnose pelo instrumento musical, e foi aí que eu comecei a desenvolver esse método, pois através do pandeiro as crianças desenvolvem a concentração, a coordenação motora, o ritmo, e o tempo. ” Comenta Roberto.
Através disso, Roberto trabalhou, na Casa da Música em Itapuã Salvador/BA, durante 4 anos voluntariamente. E lá ele desenvolveu a Oficina de Pandeiro com o apoio do A TAPA, o fruto desse trabalho foi o reconhecimento da Escola Municipal Lagoa do Abaeté sendo contemplado pelo Mec com o projeto chamado “Sambalançar”.
“O Projeto de Arte Educação chamado “Sambalançar”, ligado a escola, onde através do pandeiro conseguimos despertar nos alunos sentimentos, valorizando a disciplina, o respeito, a atenção, o trabalho em grupo, melhorando a autoestima e o conhecimento. ” Diz Roberto Aranha.
Roberto, foi convidado a trabalhar em outras escolas públicas através da Secretaria de Educação no interior da Bahia, como por exemplo a cidade de Irara, onde desenvolveu um projeto chamado “Pandeiro Brasileiro”, onde através dos “Quatros Sons” ele consegue mostrar o pandeiro como forma de extensão da bateria, onde as crianças ganham a noção de como se toca alguns ritmos brasileiros, através disso Roberto alcançou alguns objetivos como, alunos que começaram do zero e hoje tocam pandeiro e influenciam outras pessoas.
Hoje ele se encontra num projeto chamado AABB Comunidade financiado pelo Banco do Brasil, que atende crianças carentes, com oficinas de música, artes, capoeira, leitura, natação, higiene e saúde na cidade de Irara no interior da Bahia e em Salvador na Escola Municipal Lagoa do Abaeté, onde desenvolve a musicalização através do pandeiro.
“ Meu trabalho, é fazer do pandeiro um viés para um novo mundo” – Roberto Aranha
“ Só através da arte povos se unirão para um fim comum, deixando de lado a sua rivalidade e preconceito racial, religioso, ideológico, étnico e econômico. Através de todo o tipo de educação, mas principalmente da educação artística, contribuiremos para que jovem aflorem seus mais puros sentimentos. Assim teremos não só cidadão, mas sim, cidadãos sensíveis de espiritualidade”. (Autor desconhecido)